26 de abr. de 2008

Federal Art Project

O braço artístico do programa do presidente Roosevelt (WPA), o Federal Art Project (FAP), foi criado em 1935 e dirigido por Holger Cahill. Os seus principais objetivos eram dar trabalho aos artistas desempregados e levar a arte a prédios públicos não-federais, como escolas, hospitais e bibliotecas. O FAP era dividido em três setores: produção, educação e pesquisa artísticas. Conhecidos pela sua vasta produção, os artistas do FAP criaram pôsteres, murais e pinturas, alguns dos quais estão entre as mais significativas obras de arte pública do país.

Os cartazes, produzidos por litografia, xilogravura e, principalmente, serigrafia, foram elaborados com o intuito de divulgar programas de saúde e segurança, cultura, performances de teatro e música, viagem e turismo, educação e atividades comunitárias. Os trabalhos eram objetivos e geralmente traziam famílias tipográficas sem serifa e linhas diagonais. Evocavam, assim, o estímulo e o dinamismo buscados no ideal nacionalista de reconstrução do país depois da crise.


O Federal Art Project significou um grande impulso para a arte nos Estados Unidos, além de ter levantado a moral dos artistas. Hoje, eles são tidos como um fator crucial para a explosão de criatividade no período pós Segunda Guerra Mundial (surgimento do Expressionismo Abstrato, por exemplo).


http://www.tate.org.uk/collections/glossary/definition.jsp?entryId=319
http://www.flickr.com/photos/pantufla/sets/1477614/
http://en.wikipedia.org/wiki/Federal_Art_Project

24 de abr. de 2008

Tipografia

"Fontes fortes, densas e sem serifa ou tipografia de estêncil (fontes com traços irregulares) de aparência industrial eram utilizadas para transmitir mensagens simples compostas de poucas palavras de fácil compreensão para um apelo de massa. Às vezes a imagem já era suficiente para transmitir a mensagem."


BHASKARAN, Lakshmi; RAIMES, Jonathan. Design Retrô - 100 Anos de Design Gráfico. São Paulo: SENAC, 2007.

23 de abr. de 2008

Acontecimentos no design da época

"O ano de 1930 viu o lançamento da revista Advertising Arts, o suplemento semanal da Advertising & Selling, revista responsável pela introdução do design “modernista” na publicidade norte-americana, enquanto em 1932 Stanley Morison projetou o que se tornaria uma das fontes mais largamente usadas no século XX – a Times New Roman – para o jornal The Times, de Londres. O ano seguinte viu uma inovação no design de informação quando Henry Beck produziu seu famoso mapa metrô de Londres. Em vez de fazer uma abordagem convencional, Beck simplificou o sistema do metrô ao máximo para criar um conceito de design que é seguido até hoje."

"O final dos anos 1930 viu a abertura da Feira Mundial de Nova York, apresentando os mais recentes desenhos no estilo aerodinâmico por artistas como Raymond Loewy e Norman Bel Geddes. Porém, com a possibilidade de outra guerra mundial no horizonte, não demorou muito para que os designers se envolvessem em tarefas mais urgentes."

BHASKARAN, Lakshmi; RAIMES, Jonathan. Design Retrô - 100 Anos de Design Gráfico. São Paulo: SENAC, 2007.

22 de abr. de 2008

Lester Beall




"Beall foi um dos primeiros designers norte-americanos a incorporar idéias modernistas européias em seu trabalho. Seu uso de cores primárias é uma reminiscência da Bauhaus, ao passo que o posicionamento de títulos simples (projetados para chamar a atenção de leitores pouco proficientes) refletia o construtuvismo soviético."
"Beall fazia montagens fotográficas em preto-e-branco de cidadãos comuns no trabalho ou nas residências, com padrões geométricos que remetiam às cores da bandeira norte-americana. Listras e pontos representavam a força de trabalho dos Estados Unidos, num esforço coletivo para o desenvolvimento do país."

Como o próprio texto sugere, Beall fazia o uso abundante da justaposição de imagens e o uso de traços econômicos em seus cartazes.

BHASKARAN, Lakshmi; RAIMES, Jonathan. Design Retrô - 100 Anos de Design Gráfico. São Paulo: SENAC, 2007.

21 de abr. de 2008

A crise de 29, o New Deal e os cartazes

No período pós Primeira Guerra Mundial, a Europa estava arrasada pelo conflito. Os Estados Unidos surgiram como a maior potência mundial. Dessa forma, os estadunidenses passaram a investir na reconstrução européia. Assim, garantiriam que os seus empréstimos (contraídos durante a guerra) seriam pagos e afastariam possíveis revoluções socialistas. Porém, à medida que a Europa foi se recuperando e se desenvolvendo, diminuiu-se o número de exportações estadunidenses e iniciou-se uma crise de superprodução no país (1925). A crise começou no setor agrícola e logo se espalhou para o industrial. Apesar do quadro anunciador de crise, o mercado financeiro continuou com a sua euforia, eram crescentes as especulações na Bolsa de Valores. Em outubro de 1929, as ações começaram a baixar de preço. Todos os acionistas começaram a vendê-las drasticamente, levando a maioria dos investidores à ruína. Tal processo culminou com a quebra da Bolsa de Nova York. A Grande Depressão, marcada principalmente pela falência e pelo desemprego, causou uma grave recessão econômica em vários países e acabou atingindo todo o mundo capitalista. A única parcela mundial a manter-se inalterada diante da crise foi a União Soviética (URSS).

Após as eleições presidenciais de 1932, Hoover foi substituído pelo democrata Roosevelt, que logo instituiu um novo programa de governo: o New Deal. Tal programa consistia em abandonar o liberalismo econômico de Adam Smith e adotar a teoria do economista John Maynard Keynes. Keynes dizia que o Estado deve intervir na economia como forma de superar as crises e, assim, aumentar a demanda. Algumas das principais medidas do governo estadunidense foram: construção de obras públicas, controle sobre a produção, vendas a prazo, políticas emissionistas, controle dos juros, seguro-desemprego, linha de crédito para recuperação de empresas. Portanto, o New Deal acabou adotando algumas práticas socialistas, o inverso do que aconteceu na Nova Política Econômica (NEP) de Lênin. Apesar do New Deal de Roosevelt ter se mostrado bastante eficiente, a completa recuperação da economia dos Estados Unidos somente se deu com a Segunda Guerra Mundial.

A recuperação da situação de calamidade financeira e social exigia medidas drásticas, cujas palavras-chave foram: vigor, objetividade e estímulo. Dentro do programa de governo do presidente Roosevelt, foi elaborado um projeto, o Works Progress Administration (WPA), para melhorar as condições de vida das vítimas da crise. Foram elaborados mais de 30 mil pôsteres, a maioria impressa por serigrafia. O designer mais expoente foi Lester Beall (1903–1969), cujos cartazes foram criados para a Rural Electrification Administration. A influência, segundo o próprio Beall, baseou-se em "pôsteres políticos americanos, o pôster de recrutamento da Guerra Civil e a Die Neue Typografie... e pela busca dos designers por formas vigorosas, diretas e estimulantes". Beall encontrou o que buscava em elementos gráficos da bandeira americana, os quais utilizava freqüentemente e com originalidade nos seus trabalhos. Um de seus pôsteres mais conhecidos é o de dois jovens apoiados em uma cerca típica de zona rural, com a bandeira americana como plano de fundo.

HOLLIS, Richard. Design gráfico: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2005.