21 de abr. de 2008

A crise de 29, o New Deal e os cartazes

No período pós Primeira Guerra Mundial, a Europa estava arrasada pelo conflito. Os Estados Unidos surgiram como a maior potência mundial. Dessa forma, os estadunidenses passaram a investir na reconstrução européia. Assim, garantiriam que os seus empréstimos (contraídos durante a guerra) seriam pagos e afastariam possíveis revoluções socialistas. Porém, à medida que a Europa foi se recuperando e se desenvolvendo, diminuiu-se o número de exportações estadunidenses e iniciou-se uma crise de superprodução no país (1925). A crise começou no setor agrícola e logo se espalhou para o industrial. Apesar do quadro anunciador de crise, o mercado financeiro continuou com a sua euforia, eram crescentes as especulações na Bolsa de Valores. Em outubro de 1929, as ações começaram a baixar de preço. Todos os acionistas começaram a vendê-las drasticamente, levando a maioria dos investidores à ruína. Tal processo culminou com a quebra da Bolsa de Nova York. A Grande Depressão, marcada principalmente pela falência e pelo desemprego, causou uma grave recessão econômica em vários países e acabou atingindo todo o mundo capitalista. A única parcela mundial a manter-se inalterada diante da crise foi a União Soviética (URSS).

Após as eleições presidenciais de 1932, Hoover foi substituído pelo democrata Roosevelt, que logo instituiu um novo programa de governo: o New Deal. Tal programa consistia em abandonar o liberalismo econômico de Adam Smith e adotar a teoria do economista John Maynard Keynes. Keynes dizia que o Estado deve intervir na economia como forma de superar as crises e, assim, aumentar a demanda. Algumas das principais medidas do governo estadunidense foram: construção de obras públicas, controle sobre a produção, vendas a prazo, políticas emissionistas, controle dos juros, seguro-desemprego, linha de crédito para recuperação de empresas. Portanto, o New Deal acabou adotando algumas práticas socialistas, o inverso do que aconteceu na Nova Política Econômica (NEP) de Lênin. Apesar do New Deal de Roosevelt ter se mostrado bastante eficiente, a completa recuperação da economia dos Estados Unidos somente se deu com a Segunda Guerra Mundial.

A recuperação da situação de calamidade financeira e social exigia medidas drásticas, cujas palavras-chave foram: vigor, objetividade e estímulo. Dentro do programa de governo do presidente Roosevelt, foi elaborado um projeto, o Works Progress Administration (WPA), para melhorar as condições de vida das vítimas da crise. Foram elaborados mais de 30 mil pôsteres, a maioria impressa por serigrafia. O designer mais expoente foi Lester Beall (1903–1969), cujos cartazes foram criados para a Rural Electrification Administration. A influência, segundo o próprio Beall, baseou-se em "pôsteres políticos americanos, o pôster de recrutamento da Guerra Civil e a Die Neue Typografie... e pela busca dos designers por formas vigorosas, diretas e estimulantes". Beall encontrou o que buscava em elementos gráficos da bandeira americana, os quais utilizava freqüentemente e com originalidade nos seus trabalhos. Um de seus pôsteres mais conhecidos é o de dois jovens apoiados em uma cerca típica de zona rural, com a bandeira americana como plano de fundo.

HOLLIS, Richard. Design gráfico: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

Um comentário:

bianca disse...

nossa isso é um ressumo muito bom vai mim ajundar no trabalho de historia do professor herique ... da escolla deputado heitor ... 2010